quarta-feira, 5 de maio de 2010

SINDROME DE TOURETTE (primeira parte)

SINDROME de TOURETTE (Primeira Parte)M. Cecilia Labate

Síndrome de Tourette (ST) é um transtorno neuropsiquiátrico onde estruturas cerebrais e neurotransmissores estão envolvidos na expressão dos sintomas que são movimentos involuntários denominados tiques motores e emissão de sons (grunhidos; fungar; sons semelhantes a sons emitidos por animais; palavras ou silabas; frases; palavras obscenas entre outros sons estranhos) denominados tiques vocais. A denominação “síndrome” causa espanto e medo aos que não conhecem seu significado: síndrome significa um conjunto de sintomas. O portador de ST tem inteligência normal, consegue estudar e trabalhar normalmente e muitas vezes se destaca em diversas atividades onde se faz necessário a agilidade motora.
Os tiques têm inicio, na maioria dos casos, entre 5 e 7 anos de idade e também na maioria dos casos, o primeiro sintoma é o piscar de olhos exageradamente, “virar os olhos”, caretas. Segundo os pesquisadores os movimentos involuntários se iniciam numa progressão da cabeça para ombros e membros. Inicia com tiques simples (piscar por ex.) e mais tarde surgem tiques complexos (bater mãos em algo; girar o corpo quando anda; dar pulos) Ao mesmo tempo são acrescidos tiques vocálicos (sons emitidos involuntariamente) Para que se feche um diagnóstico de ST é necessário existir tanto tiques motores como vocálicos. Não é necessária a presença de coprolalia (falar palavrões) como era exigido há alguns anos atrás. Esta é uma visão arcaica da patologia e muitas crianças que não tem este sintoma não são diagnosticadas tendo ST o que impede um tratamento adequado. Uma pessoa pode ter um Transtorno de Tique onde exista apenas um ou mais tiques simples motores.
Os estudos provaram que existe uma predisposição genética para o aparecimento da patologia. Os fatores ambientais, geradores de ansiedade, favorecem o aparecimento dos sintomas, que mesmo herdados geneticamente, podem não se expressar.
O início precoce do diagnóstico e tratamento pode favorecer o controle dos sintomas. A ST não tem cura, até a presente data, mas existem grupos de pesquisadores no Brasil e nos grandes centros de pesquisa mundiais se esforçando para que através da genética, dos avanços na neuroimagem, dos estudos com novos medicamentos se consiga possibilitar aos portadores o mínimo de sofrimento e prejuízo causado pelos sintomas.
Bibliografia recomendada: “Tiques, Cacoetes e Síndrome de Tourette” Ana Hounie e Eurípedes Miguel editora ARTMED Porto Alegre Brasil

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